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segunda-feira, 13 de maio de 2013

São Domingos de Gusmão, o grande pregador - comunicador do Evangelho


 São Domingos de Gusmão, o grande pregador

Escrito por José Luís. Publicado em Bento XVI
Queridos irmãos e irmãs:
Na semana passada, apresentei a luminosa figura de Francisco de Assis. Hoje, eu gostaria de falar-vos sobre
outro santo que, na mesma época, ofereceu uma contribuição fundamental para a renovação da Igreja do seu tempo. Trata-se de São Domingos, o fundador da Ordem dos Pregadores, conhecidos também como Frades Dominicanos.
Seu sucessor na guia da Ordem, o beato Jordão da Saxônia, oferece um retrato completo de São Domingos no texto de uma famosa oração: “Inflamado do zelo de Deus e de ardor sobrenatural, por sua caridade sem fim e pelo fervor do espírito veemente, tu te consagraste todo inteiro, com o voto de pobreza perpétua, à observância apostólica e à pregação evangélica”. É precisamente este traço fundamental do testemunho de Domingos que é preciso sublinhar: ele falava sempre com Deus e de Deus. Na vida dos santos, o amor pelo Senhor e pelo próximo, a busca da glória de Deus e da salvação das almas caminham sempre juntos.
Domingos nasceu na Espanha, em Caleruega, por volta de 1170. Pertencia a uma nobre família da velha Castilha e, apoiado por um tio sacerdote, formou-se em uma célebre escola de Palência. Distinguiu-se imediatamente pelo interesse no estudo da Sagrada Escritura e pelo amor aos pobres, até o ponto de vender os livros, que em seu tempo constituíam um bem de grande valor, para socorrer, com o dinheiro da venda, as vítimas de uma carestia.
Ordenado sacerdote, foi eleito cônego do capítulo da catedral da sua diocese de origem, Osma. Ainda que esta nomeação pudesse representar para ele algum motivo de prestígio na Igreja e na sociedade, ele não a interpretou como um privilégio pessoal nem como o começo de uma brilhante carreira eclesiástica, mas como um serviço a ser realizado com dedicação e humildade. Não seria talvez uma tentação a da carreira, do poder, uma tentação da qual nem sequer estão imunes aqueles que têm um papel de animação e de governo na Igreja? Recordei isso há alguns meses, durante a consagração de alguns bispos: “Não procuremos o poder, o prestígio e a estima para nós mesmos. (...) Sabemos como as coisas na sociedade civil e, com frequência, também na Igreja sofrem pelo fato de que muitos deles, aos quais foi conferida uma responsabilidade, trabalham para si mesmos e não para a comunidade” (Homilia. Capela Papal para a ordenação de cinco novos bispos, 12 de setembro de 2009).
O bispo de Osma, que se chamava Diego, um pastor zeloso e verdadeiro, notou rapidamente as qualidades espirituais de Domingos e quis contar com sua colaboração. Juntos, dirigiram-se ao norte da Europa, para realizar missões diplomáticas confiadas pelo rei de Castilha. Viajando, Domingos percebeu dois enormes desafios para a Igreja da sua época: a existência de povos ainda sem evangelizar, nos confins setentrionais do continente europeu, e a laceração religiosa que enfraquecia a vida cristã no sul da França, onde a ação de alguns grupos hereges criava desordem e afastamento da verdade da fé. A ação missionária com quem não conhece a luz do Evangelho e a obra de re-evangelização das comunidades cristãs se converteram, assim, nas metas apostólicas que Domingos se propôs a seguir.
Foi o Papa – a quem o bispo Diego e Domingos se dirigiram para pedir conselho – que pediu a este último que se dedicasse à pregação aos albigenses, um grupo herege que sustentava uma concepção dualista da realidade, isto é, com dois princípios criadores igualmente poderosos, o Bem e o Mal. Este grupo, em consequência, desprezava a matéria como procedente do princípio do mal, rejeitando inclusive o matrimônio, até negar a encarnação de Cristo, os sacramentos, nos quais o Senhor nos “toca” através da matéria, e a ressurreição dos corpos. Os albigenses estimavam a vida pobre e austera – neste sentido, eram inclusive exemplares – e criticavam a riqueza do clero daquele tempo. Domingos aceitou com entusiasmo esta missão, que levou a cabo precisamente com o exemplo da sua existência pobre e austera, com a pregação do Evangelho e com os debates públicos. A esta missão de pregar a Boa Notícia dedicou o resto da sua vida. Seus filhos realizariam também os demais sonhos de São Domingos: a missão ad gentes, isto é, com aqueles que ainda não conheciam Jesus, e a missão com aqueles que moravam nas cidades, sobretudo as universitárias, onde as novas tendências intelectuais eram um desafio para a fé dos cultos.
Este grande santo nos recorda que, no coração da Igreja, deve arder sempre um fogo missionário, que conduz incessantemente a levar o primeiro anúncio do Evangelho e, onde for necessário, a uma nova evangelização: é Cristo, de fato, o bem mais precioso que os homens e as mulheres de todas as épocas e lugares têm o direito de conhecer e amar! E é consolador ver como, também na Igreja de hoje, são tantos – pastores e fiéis leigos, membros de antigas ordens religiosas e de novos movimentos eclesiais – que, com alegria, gastam sua vida por este ideal supremo: anunciar e dar testemunho do Evangelho.
A Domingos de Gusmão se associaram depois outros homens, atraídos pela mesma aspiração. Dessa forma, progressivamente, desde a primeira fundação em Tolosa, teve sua origem a Ordem dos Pregadores. Domingos, de fato, em plena obediência às diretivas dos papas da sua época – Inocêncio III e Honório III –, adotou a antiga Regra de Santo Agostinho, adaptando-a às exigências da vida apostólica, que levavam seus companheiros e ele a pregarem transladando-se de um lugar a outro, mas voltando depois aos seus próprios conventos, lugares de estudo, oração e vida comunitária. De modo particular, Domingos quis dar relevância a dois valores considerados indispensáveis para o êxito da missão evangelizadora: a vida comunitária na pobreza e o estudo.
Antes de tudo, Domingos e os Frades Pregadores se apresentavam como mendicantes, isto é, sem vastas propriedades de terrenos a serem administrados. Este elemento os tornava mais disponíveis para o estudo e para a pregação itinerante e constituía um testemunho concreto para as pessoas. O governo interno dos conventos e das províncias dominicanas se estruturou sobre o sistema de capítulos, que elegiam seus próprios superiores, confirmados depois pelos superiores maiores; uma organização, portanto, que estimulava a vida fraterna e a responsabilidade de todos os membros da comunidade, exigindo fortes convicções pessoais. A escolha deste sistema nascia precisamente do fato de que os Dominicanos, como pregadores da verdade de Deus, deveriam ser coerentes com o que anunciavam. A verdade estudada e compartilhada na caridade com os irmãos é o fundamento mais profundo da alegria. O beato Jordão da Saxônia diz de São Domingos: “Acolhia cada homem no grande seio da caridade e, como amava todos, todos o amavam. Ele havia estabelecido uma lei pessoal de alegrar-se com as pessoas felizes e de chorar com aqueles que choravam” (Libellus de principiis Ordinis Praedicatorum autore IordanoIordano de Saxonia, ed. H.C. Scheeben, [Monumenta Historica Sancti Patris Nostri Dominici, Romae, 1935]).
Em segundo lugar, Domingos, com um gesto valente, quis que seus seguidores adquirissem uma sólida formação teológica e não hesitou em enviá-los às universidades da época, ainda que muitos eclesiásticos olhassem com desconfiança para estas instituições culturais. As Constituições da Ordem dos Pregadores dão muita importância ao estudo como preparação para o apostolado. Domingos quis que seus frades se dedicassem a ele sem reservas, com diligência e piedade; um estudo fundado na alma de cada saber teológico, isto é, na Sagrada Escritura, e respeitoso diante das perguntas apresentadas pela razão. O desenvolvimento da cultura impõe àqueles que realizam o ministério da Palavra, nos diversos níveis, uma boa preparação.
Portanto, exorto todos, pastores e leigos, a cultivarem esta “dimensão cultural” da fé, para que a beleza da vida cristã possa ser mais bem compreendida e a fé possa ser verdadeiramente nutrida, reforçada e também defendida. Neste Ano Sacerdotal, convido os seminaristas e sacerdotes a estimarem o valor espiritual do estudo. A qualidade do ministério sacerdotal depende também da generosidade com que a pessoa se aplica ao estudo das verdades reveladas.
Domingos, que quis fundar uma ordem religiosa de pregadores-teólogos, recorda-nos que a teologia tem uma dimensão espiritual e pastoral, que enriquece a alma e a vida. Os sacerdotes, os consagrados e também todos os fiéis podem encontrar uma profunda “alegria interior” ao contemplar a beleza da verdade que vem de Deus, verdade sempre atual e sempre viva. O lema dos Frades Pregadores – contemplata aliis tradere – nos ajuda a descobrir, além disso, um desejo pastoral no estudo contemplativo destas verdades, pela exigência de comunicar aos demais o fruto da própria contemplação.
Quando Domingos morreu, em 1221, na Bolonha – a cidade que o declarou seu padroeiro –, sua obra já havia tido grande êxito. A Ordem dos Pregadores, com o apoio da Santa Sé, havia se difundido em muitos países da Europa, em benefício da Igreja inteira.
Domingos foi canonizado em 1234 e é ele mesmo que, com sua santidade, nos indica dois meios fundamentais para que a ação apostólica seja penetrante. Antes de tudo, a devoção mariana, que ele cultivou com ternura e que deixou como herança preciosa aos seus filhos espirituais, os quais, na história da Igreja, tiveram o grande mérito de difundir a oração do santo rosário, tão querida pelo povo cristão e tão repleta de valores evangélicos, uma verdadeira escola de fé e de piedade. Em segundo lugar, Domingos, que se encarregou de alguns mosteiros femininos na França e em Roma, acreditou profundamente na oração de intercessão pelo êxito do trabalho apostólico. Somente no Paraíso compreenderemos quanto a oração das religiosas de clausura acompanhou eficazmente a ação apostólica! A cada uma delas dirijo meu pensamento agradecido e carinhoso.
Queridos irmãos e irmãs: que a vida de Domingos de Gusmão nos leve a ser ferventes na oração, valentes na vivência da fé, profundamente enamorados de Jesus Cristo. Por sua intercessão, peçamos a Deus que enriqueça sempre a Igreja com autênticos pregadores do Evangelho.
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs:

O bem mais precioso que as pessoas têm direito e necessidade de conhecer e amar é Cristo. Por isso, no coração da Igreja, deve arder sempre um fogo missionário, que impele a anunciar e testemunhar o Evangelho de Jesus a quem o não conhece ou dele se afastou. Este fogo ardia no coração do sacerdote e pregador Domingos de Gusmão, que nele incendiou os companheiros movidos pela mesma aspiração, dando início à Ordem dos Pregadores ou Dominicanos. Para o bom sucesso da missão evangelizadora, recomendou-lhes a vida comunitária em pobreza e o estudo como preparação ao apostolado. A vivência destes dois valores dá ao pregador a coerência com a verdade de Deus que anuncia. Para ganhar o coração dos ouvintes, São Domingos contava com a terna devoção à Virgem Mãe, que depois tomaria a forma da recitação do terço, e com a fecunda retaguarda espiritual das monjas contemplativas.
Amados peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação de boas-vindas para todos, com votos de que a vossa visita ao lugar da Confissão de Pedro seja rica de graças e luzes do Alto, que vos ajudem a ser sempre autênticas e incansáveis testemunhas de Cristo. Em seu nome, dou-vos a minha bênção, extensiva a vossos familiares e comunidades cristãs.
[Tradução: Aline Banchieri
©Libreria Editrice Vaticana]

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Ascensão do Senhor


Ascensão do Senhor


“Depois de dizer isso, Jesus foi elevado aos céus, a vista deles. Uma nuvem os encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo. Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia” 
(At 1,9-10).

A origem da Solenidade da Ascensão do Senhor inspira-se nos textos bíblicos que relatam a subida de Jesus aos céus, 40 depois de sua Ressurreição. Os relatos Sagrados relacionam a Ascensão do Senhor com a vinda do Espírito Santo. Jesus sobe aos céus prometendo que enviará o Espírito Santo para sustentar os discípulos na tarefa evangelizadora (At 1,6-8). Este é um dos motivos pelos quais, em algumas Igrejas, era comum celebrar a Ascensão e Pentecostes numa única Liturgia. A separação entre as duas festas, contudo, já é mencionada a partir do século IV, como consta em um Lecionário Armeno e em dois sermões feitos pelo Papa Leão Magno.

Os textos das missas que descrevem a teologia das antigas celebrações celebram a Ascensão como glorificação de Jesus em vista de confirmar a fé dos discípulos, enviados a evangelizar o mundo. Outro texto diz que a encarnação de Jesus não lhe tirou a glória divina, prova disso é que Jesus subiu aos céus levando consigo a natureza humana. Nesse mesmo tom, uma oração depois da comunhão, do século VIII, proclama a Ascensão do Senhor como promessa que os discípulos de Cristo viverão com Ele na Pátria eterna, pois pela Ascensão, o Senhor abriu as portas para entrar na casa do Pai, canta um longo prefácio do século VIII.

Um rito que era realizado nesta solenidade era o apagamento do Círio Pascal, depois da proclamação do Evangelho. Com a reforma Litúrgica do Vaticano II, em 1963, esse rito passou a ser realizado na Solenidade de Pentecostes. O Círio é apagado, no Domingo de Pentecostes, durante a Liturgia das Horas (Oração da tarde), após o cântico evangélico.


Fonte: Catequese Católica

“O verdadeiro poder é o serviço”


“O verdadeiro poder é o serviço”


Centralidade de Cristo, autoridade como serviço de amor, e ouvir a Mãe-Igreja. Estas foram as três principais indicações sugeridas pelo Papa às religiosas, ao se dirigir a elas. “O que seria da Igreja sem vocês? Faltaria o carinho, a maternidade, a ternura, a intuição das mães. Queridas irmãs, fiquem certas de que eu as acompanho de perto, rezo por vocês, mas por favor, rezem também por mim!”, pediu Francisco.
DomJoaoPapaFrancisco08052013Delegações de religiosas de todo o mundo foram recebidas pelo Papa Francisco na manhã de hoje, quarta-feira, 8 de maio, na Sala Paulo VI, no Vaticano. As 800 irmãs, delegadas de 1900 diferentes Congregações, se reuniram nos últimos dias na Assembleia Plenária da União Internacional das Superioras Gerais, em Roma. Com elas, estava também o Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica, a quem o Papa Francisco agradeceu logo no início de seu discurso. Dom João esteve domingo, 5, na Assembleia, participando de um debate e celebrando uma missa para as irmãs.
O Papa também lembrou que “adorar e servir são dois comportamentos que não se separam, mas caminham sempre juntos; e disse que obediência é ouvir a vontade de Deus e aceitar que a obediência passe através das mediações humanas”. E completou: “Lembrem-se que a relação autoridade-obediência se insere no contexto maior do mistério da Igreja e constitui uma atuação especial de sua função mediadora”.
Outra questão recomendada para a reflexão das religiosas foi a pobreza, que – disse – não é a pobreza teórica: “A pobreza teórica não nos interessa, a pobreza se aprende tocando a carne de Cristo pobre”; e insistiu na necessidade de que as religiosas sejam espiritualmente fecundas e neste sentido, “sejam mães’ e não ‘solteironas”.
Avançando, Papa Francisco passou ao segundo elemento no exercício da autoridade: o serviço, que teve seu ápice luminoso na cruz. “Para o homem – especificou – quase sempre a autoridade é sinônimo de posse, mas a autoridade como serviço é sinônimo de amor, significa entrar na lógica de Jesus que se inclinou para lavar os pés aos pobres. Quem quiser ser grande será servidor e antes ainda, escravo”.
Após criticar comportamentos carreiristas de homens e mulheres da Igreja, que usam o povo como trampolim para suas ambições pessoais, pediu as religiosas que exerçam autoridade compreendendo, amando, ajudando, abraçando todos, especialmente quem se sente excluído, nas periferias existenciais do mundo humano.
“È impossível – acrescentou – que uma consagrada e um consagrado não sintam com a Igreja, e a eclesialidade é uma das dimensões constitutivas de sua vocação, é um carisma fundamental para a Igreja. O ‘sentir com a Igreja’ – explicou – se expressa na fidelidade ao magistério, em comunhão com os pastores e com o bispo de Roma, sinal de unidade visível”.
“O anúncio – reafirmou o Pontífice, citando Paulo VI – não é jamais um ato isolado ou de grupo. A evangelização se realiza graças a uma inspiração pessoal, em união com a Igreja e em nome dela”.
Fonte: CNBB

O que é Ordem Terceira Dominicana?


Ordem Terceira Dominicana

O que é Ordem Terceira Dominicana?

Como o próprio nome sugere, é a terceira parte da Ordem dos Pregadores. A primeira ordem consiste de padres e frades, que pronunciou os votos solenes de pobreza, castidade e obediência. A segunda ordem consiste de monjas contemplativas que fertilize a sua vida de oração e penitência o apostolado de seus irmãos da grande Ordem. Finalmente, a terceira ordem, ou Ordem Terceira é dividida em Terceira Ordem - Regular, cujos membros vivem sob uma regra religiosa comum (professores dominicanos) e Ordem Terceira Secular. É este último que estamos falando.  Os dominicanos Ordem Terceira é de fato uma associação de fiéis, que vivem no mundo ansiosos para alcançar a perfeição cristã no espírito e nas orientações dos Pregadores. 

Santa Catarina de Siena
Desde o tempo de S. Domingos, havia em torno dos conventos da Ordem, fraternidades de leigos desejosos de progresso espiritual sob o auspício dos Pregadores. Para padronizar o modo de vida de muitos terciários, o Mestre Geral Munio de Zamora escreveu uma Regra, que foi aprovada pela Santa Sé em 1285. Esta regra muito exigente esteve em vigor por séculos. Ela foi modificada por Pio XI em 1923 para ser um pouco adaptada aos dias de hoje e do Direito Canônico de 1917. Ela santificou uma quantidade de leigos dos dois sexos, que eram exemplo de edificação para os seus contemporâneos. 

Santa Rosa de Lima
Entre aquelas almas escolhidas estão: Santa Zedislava Berkiana (1252), uma nobre senhora do reino da Boêmia; a venerável Benoîte Rencurel (1718) pastora de Laus, que foi por 50 anos confidente e instrumento dedicado à Virgem Maria; a princesa Maria Clotilde de Sabóia (1912) filha heróica do Rei de Piedmont, Victor Emmanuel II; Estelle Faguette, a vidente de Pellevoisin; Charlotte, Duquesa de Alençon, morreu vítima de sua devoção com duas outras terciárias no incêndio no Bazar de la Charité (1899); Dupouey Mireille (1932), a esposa modelo e viúva do brilhante oficial de Pierre Dupouey; Tangari Katharina (1989), filha espiritual do Padre Pio, que tem um apostolado heróico na Tchecoslováquia.

Mais conhecidas são as duas santas, Catarina de Siena (1380) e Rosa de Lima (1617). A primeira desempenhou um papel de liderança no retorno dos papas de Avignon para Roma e continua a ser uma guia muito segura e muito emocionante nos caminhos espirituais. Santa Catarina é a padroeira dos dominicanos terciários. A segunda, Santa Rosa, foi a primeira flor de santidade do continente sul-americano.

São Luís de Montfort
Dos Homens do mundo também se destacaram na Ordem Terceira de São Domingos, entre outros, o humilde camponês da Itália: Emile Keller (1909), uma das principais figuras do catolicismo social do século XIX, membro da Alsácia. Ernest Psichari (+ 1914), um jovem oficial, filho de Ernest Renan apóstata, que fez uma conversão ao catolicismo sensacional. Henri Gheon, autor de muitas peças edificantes. Charles de Koninck (1965), decano da Faculdade de Filosofia na Universidade de Laval, em Quebec, um colaborador da revista Intinerário.

Os próprios sacerdotes dão a honra de ser membros da Ordem Terceira de São Domingos: Cônego Nicolau Copérnico, bem conhecido por suas descobertas astronômicas; o Pe. Olier, fundador do Seminário São Sulpício; São Luís Maria de Montfort, apóstolo do Rosário; o Abade de Genettes, pároco de Nossa Senhora das Vitórias, que em 1836 dedicou a sua paróquia ao Santo e Imaculado Coração de Maria; Bispo Gay, auxiliar do cardeal Pie, e autor de livros muito bons de espiritualidade; o falecido Papa Pio XII; o Abade Berto, um teólogo no Conselho do Arcebispo Lefebvre; o Padre Barrielle, SCRC, o primeiro diretor espiritual no Seminário de Ecône, e muitos outros.

Nicolau Copérnico
Juntando-se a família dominicana os participantes tornam-se participantes de todos os méritos acumulados ao longo de oito séculos pela grande ordem religiosa, com quase setenta santos canonizados e mais de duzentos bem-aventurados. A finalidade da Ordem Terceira é proporcionar a santificação pessoal dos seus membros pela prática da vida cristã mais perfeita, e a salvação das almas pelo modo de acordo com o estado dos fiéis que vivem no mundo.  Para atingir este objetivo, além daqueles comuns a todos os cristãos (isto é, a oração, os sacramentos, a prática dos mandamentos de Deus e o cumprimento de seu dever de estado), os meios propostos são: observância da regra, que exige certas orações (litúrgica tanto quanto possível, graças ao pequeno ofício da Santa Virgem), algumas penitências (abster-se de mundanismos e a prática de jejuns em certos dias), obras de apostolado em defesa da fé e da Igreja e obras de caridade (visitar colegas doentes, por exemplo). Associações terciárias em uma localidade são chamados de "fraternidades".  Elas são uma poderosa ajuda para a ascensão ao céu, que hoje se tornou extremamente difícil e dolorosa por causa do resfriamento da caridade e da corrupção em geral.  Mas deixemos a palavra, finalmente, para o Papa Bento XV (Carta de 4 de agosto de 1919):

« O forte desejo de oferecer a salvação às almas, nos leva a indicar para os fiéis os meios de santidade que os protejeriam dos perigos que os ameaçam.  Além disso, exortamos a todos aqueles que desejam santificar-se e santificar o próximo para ajuntar-se sob a bandeira branca de São Domingos, porque, graças à proteção especial da Bem-Aventurada Virgem Maria, sua Ordem teve distintivo exercido ao longo dos séculos e irá exercer ainda maior entre as necessidades do nosso tempo uma missão providencial. » 




Solenidade da Ascensão

Lc 24,46-53

«“Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sereis testemunhas de tudo isso. Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”. Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. Enquanto os abençoava, desprendeu-se deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus”».

A solenidade da Ascensão, que hoje celebramos, coloca-se como momento central entre a Ressurreição de Jesus e o início do caminho da Igreja. O fato é mencionado somente por um dos quatro Evangelistas, Lucas e, ainda mais, é narrado por ele de duas maneiras diferentes no seu Evangelho e no livro de Atos dos Apóstolos. Na primeira das duas narrações a Ascensão é apresentada como acontecendo no mesmo dia da Ressurreição, na segunda é posta no findar dos quarenta dias que seguem a Ressurreição. Esta dúplice colocação por parte do mesmo autor obviamente nos aponta para o caminho correto da leitura de um fato que tanto marcou os discípulos. Não procuraremos simplesmente a descrição de um episódio como se faz numa crônica, procuraremos, antes, o seu sentido teológico. Um sentido esse que media a vida de Jesus de Nazaré e a vida do Senhor Ressuscitado, o qual age definitivamente no mundo dos homens superando as barreiras e os limites culturais do mundo Palestinense. Trata-se também do marco que delimita a experiência de salvação em nível pessoal –como fizeram os Apóstolos na convivência com Jesus- e a abertura à missão universal. Nos Apóstolos que presenciaram o fato, poderemos ver a nós mesmos, algo que acontece analogamente naquele momento que vai entre o nosso encontro pessoal com Jesus e a necessidade de projetar o que vivemos além do nosso mundo privado. A fé de um discípulo é madura quando se expande, quando transpõe os limites impostos, quando não consegue mais ficar contida em experiências restritas, a um lugar, uma situação, um grupo de pessoas etc. Caberá à nossa reflexão contemplar mais o significado da Ascensão do que se admirar com a unicidade do evento e sua espetacularidade.
O texto de hoje é precedido por algumas indicações importantes que o Evangelista dá com estas palavras: «... Então abriu suas mentes para compreenderem as Escrituras dizendo:“Assim está escrito..”». Ao deixar os Apóstolos, a preocupação de Jesus era de que eles compreendessem “como” interpretar as Escrituras, com que ótica intuir o sentido profundo de todo história passada. A interpretação das Escrituras sempre foi prerrogativa dos escribas, dos fariseus, enfim de pessoas ligadas à estrutura religiosa da época e a perspectiva era sempre o passado. O passado de uma Lei consignada a um povo era o parâmetro de interpretação de toda a realidade. Sim, é verdade que existia uma expectativa messiânica, mas isso era projetado num futuro tão longínquo a ponto de parecer apenas um sonho. Contudo, a chave de interpretação de toda a Escritura havia profundamente mudado desde que Jesus, lá em Nazaré, diante do povo reunido para uma liturgia disse: «Hoje»; «Hoje chegou ao cumprimento» a expectativa dos Profetas. A chave hermenêutica de toda a realidade havia mudado desde que Deus tinha entrado realmente na vida e na história dos homens!
Assim, antes de entrar na glória, Jesus consignava aos Doze a chave de leitura de toda a história, a qual aponta direta e imediatamente a Cristo; passado, vivente e futuro. É essencial para Jesus que as Escrituras sejam usadas e interpretadas de modo que corresponda à Verdade. Um uso das Escrituras sem critério é um abuso delas, é uma manipulação  para finalidades às vezes escusas. Isso é bem possível, pois estas se prestam muito bem a qualquer tipo de leitura; afinal, o demônio não havia feito a mesma coisa em ocasião das tentações no deserto? Não havia ele usado as Escrituras para suas particulares finalidades? Antes de ser elevado à glória, Jesus consignou à sua comunidade a «inteligência das Escrituras» uma inteligência que não se origina na arbitrária leitura mas na conformidade à vida que Jesus viveu e, especialmente, no evento da Páscoa como fato que dá sentido ao passado e ao futuro. A inteligência da Escritura é um dos dons do Espírito de Deus; obviamente não estamos falando da inteligência como capacidade de raciocínio; afinal, quem disse que o homem é fundamentalmente “razão”? A inteligência é, na sua etimologia, a capacidade de “intus legere”, isto é, “ler por dentro das coisas”, da história, da vida, daquilo que se nos apresenta. A inteligência é a capacidade contemplativa, que se compraz em admirar e perceber que, por detrás de algo incompreensível, existe uma obra fascinante e delicada de Deus que age e conduz, na liberdade e responsabilidade, um caminho trilhado ao lado do homem que O escuta. A inteligência do Espírito é o resultado de uma profunda comunhão com Aquele que rege a história, é um qualidade “sobre-natural” (por isso apenas pode ser um dom) que permite filtrar a realidade humana com o olhar divino. É um dom, sim, mas não um dom dado arbitrariamente, é um dom que resulta de um longo caminho percorrido, como haviam feito os discípulos que permaneceram fieis, mesmo não vendo, mesmo não entendendo, mesmo não concordando sempre com o agir do seu Mestre. Quem permanece fiel ao lugar que Deus lhe entrega consegue ver o mundo com o olhar de Quem conhece a história não apenas por suas manifestações exteriores, mas conhece a meta para a qual vai e o modo com o qual ela chega. Esse é o dom da inteligência, que Jesus estava dando aos seus discípulos.
O trecho do Evangelho mostra a ligação direta que Jesus fez entre os profetas e os Apóstolos. De fato, com a expressão «começando por Jerusalém», lugar de onde os Apóstolos começariam a sua jornada, o Senhor dava continuidade ao oráculo de Isaías que anunciava a realização de uma nova era com estas palavras: «De Sião sairá a lei e de Jerusalém a palavra do Senhor» (Is 2,3). Os profetas anteciparam o Salvador, Jesus era a “nova Lei dada aos homens”, os Apóstolos serão os portadores da a presença da nova Lei, do Salvador, a todos os povos.
Desde sempre a Igreja sentiu-se responsável por essa herança que o Senhor lhe havia entregado. Sabemos que, desde o início, a atividade principal dos Apóstolos foi aquela de anunciar a pessoa de Cristo e acompanhar esse anúncio com a leitura e interpretação das Escrituras, tendo sempre o Senhor como ponto de referência; isto é, a sua vida, os seus atos os seus sentimentos e escolhas. Assim, por exemplo, Felipe fez com o funcionário de Candace (At 8,26-40), Paulo fez com os Judeus de Antioquia (At. 13,16) e muitos outros. A leitura e interpretação da Escritura são tidas como coisas “sagradas”, em todo o livro de Atos dos Apóstolos; a Epístola de São Pedro também se coloca na mesma linha: «Primeiramente saibam isto: que nenhuma profecia da Escritura resulta de uma interpretação privada» (2Pd 1,21); e assim também o Concílio Vaticano II: “A Escritura deve ser lida e interpretada no mesmo espírito com a qual foi escrita. A maneira de interpretar a Escritura, em última instância está sujeita ao juízo da Igreja, a qual exerce o divino ministério de guardar e interpretar a Palavra” (DV 12). O amor à Escritura é amor à herança de Jesus.
Continuando na leitura do nosso trecho percebemos que Jesus indicou ao Apóstolos a maneira com a qual a Salvação seria levada ao conhecimento de todos os povos. Ele, de antemão, excluiu qualquer atitude que demonstrasse proselitismo, propaganda, desejo de expandir uma ideologia nova. A ação da comunidade de fé, contrariamente a um proselitismo barato, é ligada estritamente ao testemunho, nada mais do que isso. A fé se expande por força própria, por transmissão intrínseca que se manifesta nas pessoas que aprendem a aderir a Deus passo a passo, dia após dia... Não são as obras, não são os instrumentos que anunciam, mas o testemunho o qual está diretamente ligado à fidelidade a tudo quanto os apóstolos “viram e ouviram”. Poderíamos nos perguntar sobre o quê eles dariam testemunho, segundo esse trecho do Evangelho. Pois bem, evidentemente “testemunhar”, aqui não tem sentido de “relatar” fatos, narrar acontecimentos etc. Jesus não pediu que eles “testemunhassem”. Afinal, como poderia um homem “testemunhar” a Deus se isso significasse “explicar quem é Deus, ou dizer algo sobre Ele”? O primeiro nome que Deus escolheu para si é Jhavé, que significa (entre outros) “eu sou o que sou” no sentido de que qualquer atribuição apenas seria limitante, diria parcialmente algo sobre Deus... O testemunho não pode sair de um homem, pois a dimensão natural não tem como “demonstrar” algo sobre o sobrenatural. O que Jesus estava fazendo, contrariamente a essa visão, foi de afirmar, declarar, indicar a eles o que já estava presente nos Apóstolos: «disto sois testemunhas». Ou seja, é como o Senhor lhes dissesse: “as vossas vidas já dizem o que significa estar Comigo, permanecer Comigo”. Os discípulos de Jesus dizem com a própria vida  o que significa estar com Ele mesmo quando tudo parece perdido, quando acontece a rejeição. Os Apóstolos seriam, para o mundo, testemunhas visíveis da fidelidade de Deus à promessa feita ao homem o qual, ao constatar quanto e “como” Ele nos ama, poderá sempre abrir-se a esse amor e acolher a proposta de abandonar o caminho do pecado isto é, o caminho que busca a felicidade e a realização de modo autossuficiente.
Aos seus, Jesus entregava a missão de dizer com a própria vida o que significa “conversão”. De fato a conversão foi o valor principal que eles tiveram que aprender convivendo, dia após dia, passo após passo, com o Nazareno. O amor ao Senhor os havia conduzido ao longo daquele caminho que, pela humildade, faz com que as pessoas sejam capazes de mudar suas posições particulares, seus pontos de vista privados e fazer “convergir” toda a própria vida na vida do Senhor. Disso também eles seriam testemunhas. É um caminho que pode ser percorrido apenas quando se têm familiaridade com Jesus, quando se vive “em seu nome”! Era esta a missão que Jesus entregava aos seus antes de ser arrebatado de sua presença. Ora, uma missão tão grande não pode ser alcançada com meios humanos; é isso que se dá com todas as coisas de Deus. Sendo assim, Jesus prometeu o Espírito de santidade o qual manteria sempre viva, nos corações da Igreja, a percepção forte da presença do Senhor na Sua comunidade, mesmo experimentando uma aparente “ausência”. Sim, porque à partir daquele momento em que Jesus se “despedia” de um modo de estar com os seus discípulos, o Senhor precisava assumir o lugar que Lhe cabe, desde sempre “ao lado do Pai”.
O Evangelista nos oferece, nos últimos versículos, como que um ícone gravado para sempre na comunidade de fé; uma imagem mais explicita da maneira com a qual o Senhor estaria sempre presente em sua comunidade.
À primeira vista a Ascensão de Jesus se apresenta como uma “subida ao céu”, o que não deixa de ser correto, contanto que “céu” não seja entendido como lugar –seja que lhe se dê figura física ou vagamente etérea-. “Céu”, na Escritura, é a maneira de indicar a condição permanente em que Jahvé se encontra; os “céus” são imutáveis, a terra muda; os “céus” são inalcançáveis, a terra pode ser medida, pesada... e assim por diante. “Céu” é a condição transcendente e permanente na qual Jesus entra superando todas as barreiras do tempo e do espaço.
Em auxilio de uma leitura que exclui a interpretação da Ascensão como “departida”, existem dois fatores de relevo. O primeiro é de origem linguística: o verbo que frequentemente é traduzido com «se afastou deles» (do grego disthmi) de fato significa “estar em lugar diferente”, sem com isto indicar desligamento ou afastamento. Assim sendo o sentido é claro: Jesus continua estando na sua comunidade mas de modo diferente, de modo mais condizente com o “céu”.
O segundo elemento é dado pela reação dos discípulos; se a Ascensão fosse interpretada e sentida por eles como uma departida (como o foi, por exemplo, no Evangelho de João quando Jesus fez o seu “discurso de adeus”) obviamente não se explicaria a reação descrita como «grande alegria» que os levava a “bendizer a Deus”. Não, a Ascensão de Jesus não foi entendida como um afastamento, mas ao contrário! A alegria foi gerada pela constatação de que Jesus permaneceria sempre, estavelmente, à maneira eterna de Deus, dentro da sua comunidade.
A imagem usada para descrever “como” o Senhor sempre está presente na sua comunidade é retomada da tradição bíblico-litúrgica. Jesus é descrito na posição própria do sacerdote, comparada à posição do sumo sacerdote Simão, filho de Onias, em ato de abençoar Israel de braços abertos: «Então ele levantava as mãos sobre toda a assembleia de Israel para dar com seus lábios a benção do Altíssimo» (Ecli 50,20). Aqui, nesse trecho do Eclesiástico, a palavra “assembleia” corresponde à palavra igreja, comunidade reunida em nome do Senhor. Eis então o motivo da grande alegria, Jesus não se separa, continua abençoando e exercendo o seu ministério de Sacerdote Eterno, de mediação continua entre o Pai e a humanidade inteira a qual alcançará essa benção através da vida testemunhada dos Apóstolos.
Creio que essa ligação tão forte nos questione continuamente; o Senhor quer agir através da sua comunidade, através dos seus discípulos, através de quantos ainda hoje se dispõem a deixarem-se envolver num projeto maior do que eles mesmos. O Ressuscitado quer continuar agindo em favor dos homens que precisam se encontrar com o Pai para serem felizes, santos. A Ascensão de Jesus nos estimula a contemplar um “céu” que está tão entre nós, a ponto que sequer podemos percebê-lo, como nos acontece ao ver um quadro muito perto dos nossos olhos. Esta Solenidade nos estimula a olhar e refletir sobre a maneira de viver a presença do Ressuscitado entre nós e mais, nos questiona quanto ao espaço que deixamos ao Senhor para que Ele possa continuar exercendo o seu sacerdócio, a sua mediação salvífica em favor de tantas pessoas que ainda não conhecem o significado de sentirem-se amadas por Deus.
Que o coração esteja sempre voltado ao Alto!
Pe. Carlo

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Cáritas orienta jovens para economia solidaria


Cáritas orienta jovens para economia solidaria


Ela informa que o acompanhamento é feito nos bairros Jardim Iracema, Parque Genibaú, Dendê e Santa Rosa, onde se encontram comunidades carentes e que precisam de planejamentos para desenvolverem seus próprios empreendimentos. É feita a formação, dado o incentivo e depois os grupos continuam sendo acompanhados para que não se desestruturem.
“Aprender questões teóricas e práticas, abrindo possibilidades de emprego e renda em suas vidas para além do modelo estabelecido pelo sistema que vivemos”. É esse o objetivo da formação de jovens em Economia Solidária promovida pela Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza, segundo Isabel Forte, da secretária operativa.
São cerca de 40 jovens empreendedores que recebem, além da formação de empreendedorismo, lições de convivência, de amor ao próximo e formação cristã, no geral, acompanhadas e avaliadas por bispos da Arquidiocese de Fortaleza. A última assembleia avaliativa contou com a presença do bispo auxiliar dom José Luiz Vasconcelos, religiosos e religiosas.
caritas1-300x218Além desses grupos formados para desenvolver a Economia Solidária, a Cáritas Arquidiocesana desenvolve o projeto “Catando Cidadania” com o objetivo de acompanhar crianças e adolescentes filhos de catadores de materiais recicláveis de comunidades carentes de Fortaleza e Região Metropolitana.
A Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza foi fundada no dia 15 de outubro de 1967. Trata-se de um organismo ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e integra a rede Cáritas Brasileira que tem sede em Brasília (DF).
O princípio fundamental da ação da Cáritas é “atuar em situações de emergências e de risco junto a sujeitos e grupos sociais que sobrevivem aquém da dignidade humana. Sem falar nas emergências de chuvas e secas”. Por isso, trabalha diretamente com grupos de crianças e adolescentes, moradores de áreas de risco, a população de rua, os catadores e recicladores de lixo. Com esses grupos é desenvolvido um trabalho constante de educação para que pratiquem a solidariedade.
FIQUE POR DENTRO
O que é Economia Solidária?economia_solidaria2-300x292
Podemos defini-la em três dimensões:
1. ECONOMICAMENTE – um jeito de fazer a atividade econômica de produção, oferta de serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na democracia e na cooperação, o que chamamos de autogestão, ou seja, na Economia Solidária não existe patrão nem empregados, pois todos os integrantes do empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.
2. CULTURALMENTE – Também é um jeito de estar no mundo e de consumir (em casa, eventos ou no trabalho) produtos locais, saudáveis, da Economia Solidária, que não afetem o Meio Ambiente, que não tenham transgênicos e nem beneficiem grandes empresas. Neste aspecto, também simbólico e de valores, estamos falando de mudar o paradigma da competição para o da cooperação de da inteligência coletiva, livre e partilhada.
3. POLITICAMENTE – Um movimento que luta pela mudança da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento, que não seja baseado nas grandes empresas nem nos latifúndios com seus proprietários e acionistas, mas sim um desenvolvimento para as pessoas e construído pela população a partir dos valores da solidariedade, da democracia, da cooperação, da preservação ambiental e dos direitos humanos. – São iniciativas de projetos produtivos coletivos, cooperativas populares, cooperativas de coleta e reciclagem de materiais recicláveis, redes de produção, comercialização e consumo, instituições financeiras voltadas para empreendimentos populares solidários, empresas autogestionárias, cooperativas de agricultura familiar e agroecologia, cooperativas de prestação de serviços, entre outras, que dinamizam as economias locais, garantem trabalho digno e renda às famílias envolvidas, além de promover a preservação ambiental.
Mais informações: Site do Fórum Brasileiro de Economia Solidária – www.fbes.org.br S
ERVIÇO: COMO ENTRAR EM CONTATO COM A CÁRITAS ARQUIDIOCESA: Av. Dom Manoel, 339 – Centro – 60060-090 – Fortaleza – Ceará Fone: (85) 3388-8716 – Fax: (85) 3388-8716 E-mail: caritasfor@fortalnet.com.br Web site: www.caritasbrasileira.org
Redação Semana Missionária Fortaleza – Rita Célia Faheina:http://semanamissionariafortaleza.org/caritas-orienta-jovens-para-economia-solidaria/

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Por que os grupos estão morrendo


Por que os grupos estão morrendo?


Crises são boas, e, certamente, são oportunidades para crescer. Mas não podemos ficar vendo o colapso, sem parar para pensar por que nós vivenciamos esses problemas, por que  existem crises.

Esses dias eu li que em 2000 as estatísticas sobre o uso de drogas chegou a 500 milhões de pessoas e o número está crescendo, milhões delas morrem a cada ano a partir de overdoses. Também o tabagismo é a segunda principal causa de morte a cada ano no mundo, com 4,4 milhões de pessoas, e o álcool é o sexto com 1,8 milhões de dólares por ano. Estas são situações que falam de morte, especialmente entre os jovens, por um motivo: "A dependência". Em ambos os casos dependentes de drogas, álcool ou tabáco.

A DEPENDÊNCIA está matando nossa juventude e nós definitivamente não somos a exceção. O que está matando nossos grupos? Por que os grupos estão morrendo? Porque, assim como os jovens são dependentes. Uma das doenças de nosso movimento e muitos movimento da juventude católica é a líder-dependência, é claro que precisamos de líderes, mas não tanto quando eles deixam o grupo e acabam entrando em colapso. Na Colômbia, há uma variedade de separação de líder-dependência é o frei-dependência , e em outros casos o irmão-dependência .

O problema com esta doença é que por um longo tempo até hoje tem sido alimentada pelos mesmos irmãos e irmãs, mas com toda a honestidade, devemos dizer que, mesmo se é preciso para não ser protagonistas (os irmãos e irmãs) e nenhum progresso, Por exemplo, a última assembléia nacional de ascensão MJD , onde vários jovens que vestem a camisa, assumiram os riscos e lideraram as principais palestras e seminários que vivemos. Outro exemplo, A Páscoa jovem Dominicana de 2010 CON-TATO , onde os líderes de várias áreas onde esta Páscoa foi realizada,não foram outros senão os mesmo jovens do nosso movimento Dominicano. Em Bogotá os frades não fizeram quase nada, os jovens fizeram de tudo, eles pregaram e com risco, ousadia e fé a outros jovens disseram que Jesus é a sua razão do seu viver.

Mas ainda mais grave é que a doença agora é impulsionada por jovens do nosso movimento, o irmão-dependência frei-dependência e nos ameaçam e matam nossos grupos. Se o Frei é, se Sr não é, então, não podemos fazer nada,não fazer nada , é a frase comum em muitos de nossos líderes em nossas áreas regionais.

É verdade que a doença em muitos contextos que criamos monges e irmãs, também é verdade que o jovem se acostumou a viver com ela, e uma vez que em muitos casos, é a desculpa perfeita para não correr riscos, para não vestir a camisa e lutar , por grupos e comunidades cada uma das zonas.

Não podemos jogar a responsabilidade da morte pelos grupos aos  frades ou irmãs, a morte é responsabilidade direta dos que fazendo parte do grupo, não assumiram a responsabilidade por aquilo que significa ser um líder de Deus. Definitivamente, muitos jovens não compreenderam  o seu real papel dentro de suas comunidades, não compreenderam que Deus os chamou para serem líderes que promovam a vida e ressurreição nos grupos. É hora de pensar que culpa eu tenho no declínio gradual do meu grupo, que deixei de fazer para o meu grupo.

Talvez  tenho que me questionar se eu tenho uma dívida para com Deus, que me deu a responsabilidade de ser um líder em um grupo, e talvez eu não tenha respondido o que significa esse dom maravilhoso.

Mas nunca é tarde demais! O caminha ainda pode se endireitar, há esperança e hoje posso compreender o que significa eme realidade ser um líder de Deus. Mesmo a forma como você pode endireitar, sem esperança, e agora eu posso entender o que realmente significa ser um líder de Deus. Eu posso levar a sério e com valentia o caminho para injetar nova alegria, diversão e energia  poderosa do Deus criativo para o meu grupo, minha comunidade.

Não digo mais, porque não nos apoiam, eu vou apoiar-los.

Não digo mais, o meu grupo morre e ninguém faz nada, é melhor dar a minha vida, e deixar o meu sangue na areia pelo meu grupo, por minha comunidade.

Não digo mais, porque não vem os demais, perguntarei: porque eu venho aqui, por que Deus me quer aqui.

Não espere que as soluções venham de cima, as melhores são aquelas que vem de baixo, são as que vem do meu grupo

Não espere pelos outros para serem líderes, sou líder, eu sou parte da salvação do meu grupo.

Compreender que a saúde do meu grupo de mim e de ninguém mais, assumir que significa ser escolhido por Deus para ser o líder da minha comunidade ...

O que você acha? Opine!